Se todo mundo ao nosso redor acredita em algo, é muito provável que comecemos a acreditar também, mesmo que, racionalmente, não tenha a menor lógica.
Desde pequenos, absorvemos ensinamentos dos nossos pais ou cuidadores que visam nos proteger e ajustar ao meio. Esses comandos, como “não mexa nisso” ou “faça aquilo”, são importantes para nossa segurança, mas também trazem “verdades” que podem não ser universais. Crescer numa família que acredita que dinheiro é a raiz de todo mal, por exemplo, pode nos levar a repetir essa crença sem questioná-la.
Na escola, aprendemos a seguir regras e a nos encaixar em padrões de comportamento, o que facilita nossa integração ao meio social, apesar do preço que pagamos por isso. À medida que crescemos, essas crenças se solidificam e passam a moldar nossa visão de mundo, como se fossem a própria realidade. Muitas dessas “verdades” são baseadas em ideias nunca verificadas, como acreditar que um sapo vira príncipe se beijado apenas porque a história foi contada muitas vezes.
A sociedade também impõe suas crenças coletivas, que são ainda mais poderosas. O “efeito manada” nos faz seguir o fluxo sem questionar, acreditando que só seremos felizes se tivermos determinado carro, emprego ou estilo de vida. Nossas experiências pessoais também moldam nossas crenças; uma experiência ruim pode nos fazer acreditar que todos os relacionamentos serão assim, ou que não somos bons o suficiente para ter sucesso.
Um exemplo claro é o medo de voar. Muitas pessoas acreditam que viajar de avião é extremamente perigoso, mesmo que estatisticamente seja uma das formas mais seguras de transporte. Elas podem ter ouvido histórias de acidentes aéreos ou visto cenas dramáticas em filmes que reforçam essa crença. Como resultado, evitam viajar de avião sempre que possível.
Essas crenças atuam como filtros, limitando o que percebemos. Se acreditarmos que o mundo é perigoso, é isso que veremos ao nosso redor. Se acharmos que nunca teremos dinheiro suficiente, notaremos escassez em todos os cantos. As crenças moldam nossa realidade e, o pior, não precisam ser verdadeiras para ter esse poder.