Durante o sádhana, que é a aplicação sistematizada das técnicas do Yôga, há um instante em que o corpo é chamado ao esforço intenso. Um momento em que a mente e organismo são desafiados. Transformar um corpo mundano em sacralizado, demanda trabalho. Não seria diferente.
É uma aplicação disciplinada, consciente, meticulosa e que nos conduz a um portal, bio-psico-energético, só transponível àqueles quem entende que o desafio é apenas um prenúncio de expansão.
Esse esforço inicial, é a semente do desfrute. Quanto mais sincera é a entrega nos momentos de desafio da aula, mais intensa é o ênstase biológico, emocional, mental: íntimo, abarcante, intransferível. A prática, então, se transforma em celebração. Um banquete pleno de potência, domínio, energia e lucidez.
Como vivemos em uma cultura que idolatra os resultados, mas é impaciente com os processos, poucos praticantes compreendem esse ciclo mágico de dedicação e arrebatamento. Queremos o brilho sem a forja, o fruto sem o cultivo. Porém, o aluno diligente, honra, valoriza e desfruta da execução, técnica após técnica, e o que elas revelam. Às vezes, mais do que da recompensa.
Essa é a verdadeira arte da prática do Yôga: converter esforço em deleite, desafio em superação e cotidiano em transcendência.