Porém, através do tempo, alguns, entre os milhares de milhares da nossa espécie, determinaram-se a tentar descobrir um mapa que os levasse desta condição conflitiva original para outra de compreensão e liberdade.
Nesse processo, perceberam a existência de um instrumento largamente utilizado por nós, o que mais nos diferencia das outras espécies, e que é o principal responsável pela condição humana: a mente. Apesar de deificada por muitos que visam desenvolvê-la, na verdade, ela é apenas um dos atributos da consciência, utilizada principalmente para nos comunicarmos verbalmente, além de adicionar dados, já que a memória é um dos subprodutos da mente, assim como o raciocínio.
Compulsiva, a mente, por seu tráfego incessante e ruidoso, não nos permite ver além dela, da mesma forma que não podemos contemplar nossa face em um espelho, se ele estiver empoeirado.
Esse fluxo, aparentemente incontrolável, de desejos, pensamentos, lembranças e ambições, está sempre aí, dia após dia, mês após mês, ano após ano.
Nesse processo de mapeamento, os antigos encontraram na mente ruidosa um obstáculo e um véu para o acesso às manifestações mais sutis da consciência. Buscando mecanismos que possibilitassem a parada dos pensamentos para vislumbrar o que havia além deles, encontraram a meditação.
(Continua na semana que vem)