Certa feita, da década de 1990, quando trabalhava no Jornal O Estado, de Floripa, tive a oportunidade, junto com outros profissionais daquele veículo de comunicação, de conversar com um grande escritor e jornalista brasileiro, já falecido.
Foi um bate-papo descontraído que durou quase três horas, no qual o escritor mesclava opiniões geniais sobre muitos temas e outros julgamentos medianos, para não dizer medíocres, sobre outros tantos. Curiosamente, ele fazia afirmações, geniais ou medianas, de maneira contundente, como se fossem postulados irrefutáveis, porém, sempre gracioso e simpático.
Foi ali que percebi pela primeira vez, de forma contundente, que por mais que busquemos a verdade, o que nós podemos é apenas perceber e emitir opinião sobre uma parte dela.
Me parece que a nossa opinião sobre absolutamente qualquer coisa, sempre terá alguma distorção, pois ela representará apenas o nosso alcance da visão e cada um tem um alcance diferente.
Mas esta percepção de limitação de alcance de visão não se limita apenas aos jornalistas e escritores. Teremos que incluir os religiosos, os professores, os políticos, os juízes, seu cônjuge, seu pai, sua mãe, a si próprio e suspeito, tooooda a Humanidade.
E não significa, que a maioria de nós não se esforce por emitir, quase sempre, a opinião mais idônea que seu entendimento alcançar.
Com o passar das décadas, estas observações, me deram uma apreensão menos crédula e, simultaneamente, mais tolerante das opiniões alheias e das próprias.
Mas esta é apenas a minha opinião.
– E você? Como interage com a cambiante, contraditória e compulsiva mania humana de dar o seu pitaco em tudo?