A potência das escolhas está diretamente ligada à nossa experiência de vida e à nossa habilidade de avaliar riscos e vantagens em qualquer eleição. Em toda a decisão, por menor que seja, estamos sempre ponderando o que podemos ganhar e o que podemos perder.
O problema? Nossa visão de como a realidade funciona é moldada ao longo dos anos por nossas crenças, experiências e influências externas, e em 101% dos casos, essa visão terá graus maiores ou menores de distorção. Acreditamos que estamos tomando decisões lógicas, quando, na verdade, somos guiados por paradigmas que nem sempre fazem sentido. É como tentar ver o mundo com óculos sujos: a imagem está lá, mas não é tão clara quanto deveria ser.
Agora, para complicar um pouquinho mais, vamos adicionar o poder das crenças coletivas. Não é só a nossa visão individual que influencia nossas decisões; somos constantemente bombardeados pelas opiniões e expectativas da sociedade. Família, amigos, redes sociais – todos contribuem para a construção da nossa percepção de realidade.
O resultado é que a nossa habilidade de fazer escolhas inteligentes, e que incluam também o que efetivamente aspiramos, fica comprometida. É como se estivéssemos participando de um jogo com regras que não entendemos totalmente, e, para piorar, não temos acesso ao manual. Estamos sempre avaliando os riscos e vantagens sem ter uma noção clara dos impactos reais das nossas decisões.
E no meio de tudo isso, surge uma questão fundamental: o autoconhecimento. Para fazer escolhas mais conscientes, potentes e inteligente, que incluam nossas aspirações e um bom grau de ajuste social, é preciso, antes de tudo, se conhecer com profundidade. O problema é que essa jornada de autodescoberta não é estimulada desde a infância e, muitas vezes, nem sabemos que ela existe ou é possível.
A verdadeira tragédia é que, sem autoconexão, nossas escolhas são dominadas pelo corpo de paradigmas que adotamos, consciente e principalmente, inconscientemente, através da nossa trajetória existencial, e que moldarão sempre as nossas escolhas, que, por sua vez, conformarão o nosso destino.