Crenças são como aquelas lentes de óculos que a gente usa sem perceber.
Elas somam a totalidade dos nossos paradigmas, que moldam o jeito que julgamos e fazemos escolhas.
Há mais de 30 anos, o Professor DeRose começou a falar sobre paradigmas, quando quase ninguém sabia o que era isso. Naquela época, o termo soava exótico, algo quase de ficção científica. Atualmente, eles estão em todos os textos e metodologias que falam de comportamento.
Basicamente, crenças ou paradigmas são como lentes de óculos que usamos sem perceber. Elas somam a totalidade dos nossos conceitos sobre as coisas, que moldam o jeito que julgamos e fazemos escolhas. O engraçado – ou triste, é que não há qualquer comprovação científica sólida, lógica racional, ou evidência empírica. E é por isso que chamamos de crenças.
A ideia de vida após a morte, o poder que a inveja alheia teria sobre nosso destino, ou até aquela certeza absurda de que nunca vamos envelhecer ou ficar doente como os outros – tudo isso são crenças. São parâmetros invisíveis que orientam até onde podemos ver e entender o mundo, como se usássemos óculos com lentes riscadas.
A palavra paradigma vem de parâmetro, que significa literalmente colocar limites na forma como percebemos tudo.
O que é fascinante – e ao mesmo tempo um pouco assustador – é que esses paradigmas, por um lado facilitam o nosso ajustamento ao meio, mas por outro prisma, também sabotam o livre pensar. E essa última característica tem uma função evolutiva importante: garantir a segurança de qualquer grupo, definindo os limites de comportamento e pensamento que são mais vantajosos para um determinado agrupamento.
E aí entra a parte dramática da história. Esses paradigmas não só limitam nossa capacidade de compreensão, mas também moldam nossa maneira de agir.
O problema é que nós consideramos esses paradigmas como verdade absoluta. Eles viram verdadeiros dogmas pessoais aos quais damos total credibilidade. Mas, se pararmos para pensar, a maioria desses paradigmas não tem como provar que eles estão certos, e, mesmo assim, seguimos acreditando piamente.
No fim das contas, vivemos dentro desses limites, e a liberdade que tanto buscamos fica comprometida. Porque não basta somente querer pensar fora da caixa; é preciso primeiro perceber que estamos dentro de uma caixa.
Durma-se com um paradigma destes!