Dizem que a vida é feita de escolhas — o que esquecem de contar é que quem escolhe, na maior parte do tempo, somos nós… mal acordados, com o café pela metade e um monte de certezas improvisadas. A tal da lucidez, essa rara criatura, aparece só de vez em quando, geralmente depois que depois que já clicamos em ‘enviar’, sem revisar o texto da existência. Ainda assim, quanto mais nos conhecemos e compreendemos a natureza das coisas, maior a chance de não tropeçarmos em nós mesmos.
É curioso pensar que nossa visão de mundo é como uma lente de óculos: se está suja ou embaçada, a realidade parece pior do que é. E se não está ajustada ao grau certo, tomamos decisões tortas — às vezes elegantes, mas tortas. Por isso, entender um pouco mais sobre quem somos e o que estamos fazendo nessa esfera cósmica um tanto confusa denominada Terra, pode ser o primeiro passo para evitar cair nos mesmos buracos, só que com sapatos diferentes.
No fim das contas, cada escolha nossa é uma setinha no mapa. E o destino, coitado, apenas obedece. O problema é o nosso GPS interno é movido por achismos, meias informações, frases de efeito, redes sociais e uma presunção discreta, mas teimosa, de que já dominamos o manual da existência. Por isso, nossa trajetória de vida é cheia de caminhos sem volta, entradas proibidas e retorno a 7 km.
Portanto, se quisermos um futuro menos esburacado, tratemos de limpar seus óculos, atualizar o mapa interno e conversar mais com a nossa consciência do que com o algoritmo. Afinal, o grau de ignorância é o único que, quando aumenta, faz a vida sair da rota. E spoiler: nem sempre dá pra recalcular o caminho sem dar uma voltinha pelo caos.