Adoro esta frase (entre muitas) do guru no Meier, Millôr Fernandes.
E ouso colocar o bedelho neste tema que nos é tão caro, esta tal fidelidade! Tema tão nobre, elevado, quase sagrado — mas, cá entre nós, exige mais do que promessas. Requer olhos abertos, atenção constante e, em alguns casos extremos, habilidades dignas de um ninja emocional. Afinal, diferente dos cisnes, que permanecem fiéis por toda a vida, nós humanos… bem, digamos que somos mais “primatas” na abordagem.
Veja o exemplo dos nossos primos chimpanzés. Não importa o quanto dure o namoro no galho, se aparecer um chimpanzé musculoso, de pelo lustroso e sorriso encantador, lá se vai a fidelidade savana abaixo. E o pior: não dá nem para culpar! Está nos genes, dizem os estudiosos da evolução. A natureza, coitada, nem sempre colaborou com os ideais românticos da literatura e das películas adocicadas.
É por isso que, diferente do que muitos pensam, a fidelidade não se sustenta só com juras apaixonadas ou alianças douradas. Sustenta-se com atenção, com afeto renovado, ótima comunicação, com pequenas gentilezas e, por que não, com uma pitada de astúcia preventiva.
A pulguinha atrás da orelha, sempre estará aí — discreta, mas presente. E mesmo que seja inevitável, dá para suavizar a coceira: em vez de se entregar às novelas mentais e aos surtos dignos de raio e trovão, há formas bem mais elegantes (e eficazes) de cuidar com charme e manter o radar emocional finamente ajustado.
E se tudo falhar… há sempre a alternativa do detetive particular — esse herói anônimo da monogamia urbana! Mas, cá entre nós, se for preciso chegar a tanto, talvez o problema não seja o gene, e sim o desinteresse. Porque fidelidade mesmo, daquelas boas e belas, não nasce do medo de ser vigiado, mas do p
