A vida, assim como um jogo de xadrez, está cheia de lances estratégicos. Cada decisão que tomamos provoca uma reação, quase como se o universo fosse nosso adversário. A diferença é que, enquanto os grandes mestres do xadrez conseguem prever 10 ou 15 movimentos à frente, nós, meros mortais, mal conseguimos prever o que vai acontecer depois do próximo café.
Ao contrário do xadrez, em que cada peça tem seu papel bem definido, na vida, as coisas nem sempre são tão claras. Você pensa que está movendo uma peça inocente, como aceitar aquele convite para um jantar, mas, de repente, descobre que isso vai mudar completamente o rumo do seu mês. Parece que sempre estamos jogando uma competição na qual as regras mudam no meio da partida, e ninguém nos avisou!
Essa falta de visão de longo prazo sobre as consequências dos nossos atos causa muito desconforto. Quem nunca se sentiu congelado diante de uma decisão importante, com medo de mover uma peça errada e comprometer toda a partida?
Ficamos ali, olhando o tabuleiro da vida, com a respiração suspensa, rezando para que o próximo movimento não seja o checkmate dos nossos planos.
E, muitas vezes, é exatamente esse receio que nos paralisa. No xadrez, você sabe que cada movimento tem consequências, mas pelo menos o jogo segue regras lógicas. Já, na vida, a imprevisibilidade parece ser a única certeza. Tomar uma decisão importante, muitas vezes, pela nossa falta de uma percepção mais profunda das consequências, pode parecer como estar diante de um abismo. Ficamos paralisados diante do desconhecido, mas, enquanto isso, o tempo passa e o adversário invisível continua jogando, mesmo que estejamos esteja parado.
O curioso é que, por mais que tentemos calcular todos os resultados possíveis, sempre haverá algo imprevisível no meio do caminho.