Se nosso estilo de vida fosse um roteiro e a nossa qualidade de vida um filme, o que escolheríamos mostrar na tela? Seríamos espectadores entediados ou diretores de cenas memoráveis?
Ou seja: estamos mesmo escrevendo nossa história ou apenas seguindo um script alheio, ditado por pressões sociais, medos e repetições inconscientes?
Nós, uma vez que decidamos tornarmo-nos protagonistas da própria existência, tornamo-nos diretores desta tragicomédia denominada vida. Interessante seria combinar uma pequena dose de drama, com porções generosas de comédia, alguns traços de comedida seriedade, um quinhão de aventuras vibrantes, sem deixar de lado a ousadia, emoções verdadeiras e conquistas autênticas.
Mas para isso, se exige que cuidemos do roteiro, da trilha sonora, dos personagens que nos cercam, e principalmente, das escolhas que fazemos a cada cena.
Infelizmente, muitos de nós acabam por repetir diálogos decorados, vivendo dias genéricos, contando os minutos, mas não os momentos. É compreensível, pois ousar sair do quadrado, tem um preço. Porém, convenhamos que um roteiro pobre gera um filme esquecível. Já uma vida vivida com emoção e ousadia, mesmo com os inevitáveis erros e tropeços, permanece na memória e no coração.
A boa notícia é que sempre dá tempo para reescrever partes do nosso script, editar alguns atos que não nos servem mais e criar divertidos finais diferentes para cenas que pareciam definidas.
Torço para que nossa existência seja como um longa premiado: cheio de riscos, reviravoltas, afetos sinceros e cenas que valem ser lembradas. Não deixemos que o nosso filme seja apenas mais um. Façamos dele uma obra que nos orgulhe — porque, no fim, somos nós que a assistiremos muitas vezes na memória. Que valha cada segundo.
