Toda reclamação sinaliza uma frustração, e esta, uma limitação. Você pode proclamar ao mundo o quanto a vida lhe é injusta ou parar de lamentar-se e fazer alguma
coisa boa com ela.
Você já percebeu como, ao conversarmos com outra pessoa, há uma tendência quase instintiva de reclamar?
Imagine a cena: alguém lhe pergunta como você está. E você, sincero, responde que está maravilhoso, realizado, pleno. Que não poderia estar mais feliz. Provavelmente, o outro se desinteressaria rapidamente e buscaria um novo interlocutor com quem pudesse trocar… queixas.
Parece que reclamar tornou-se um código social. Um desabafo disfarçado de conexão. Ao reclamarmos, aliviamos — ainda que momentaneamente — a sensação de frustração que carregamos. Afinal, a vida raramente corresponde exatamente às nossas expectativas. E como todos, em maior ou menor grau, sentimos alguma dose de frustração, o mundo inteiro vive murmurando seus dissabores.
Mas há um detalhe curioso. A reclamação quase sempre gira em torno do problema. Raramente aponta para a solução. Ela é sintoma — não resposta.
O hábito de reclamar, desconfio, denuncia mais do que um incômodo passageiro. Revela uma dificuldade mais profunda de realização. É como se a pessoa tentasse justificar sua decepção com a realidade através do lamento constante.
Será que não é hora de transformar esse padrão?