Eu quero ser amado: nossa eterna busca por segurança & reconhecimento

O Homo civilicatus, assim como outros primatas, tem a necessidade intrínseca de afirmar sua individualidade em meio aos seus semelhantes. Quando essa oportunidade de expressão do self é limitada ou restrita, ele experimenta uma profunda sensação de insegurança, pois a força evolutiva do sapiens se baseia no número de indivíduos. Como resultado, desenvolvemos uma busca obsessiva, distorcida e compulsiva por status, na tentativa manter garantido nosso lugar na tribo.

Ao observarmos mais atentamente, experimentamos que toda a cultura de consumo na qual estamos imersos é moldada por essa necessidade de compensar o sentimento doentio de baixo status. O desejo de possuir bens materiais, de alcançar certos padrões de vida e de obter reconhecimento social são frequentemente motivados pela busca incessante por uma maior estimativa e respeito perante a sociedade.

Essa busca por status, porém, pode se tornar uma armadilha perigosa, levando as pessoas a uma busca implacável por coisas que, na realidade, não preenchem o vazio emocional subjacente. Em vez de cultivar relações significativas e valores intrínsecos, muitos indivíduos se perdem em um ciclo contínuo de consumo superficial e busca por aprovação externa.

Em 2008, Derek Rucker e Adam Galinsky, professores de marketing da Northwestern University, convidaram um grupo de pessoas a descreverem por escrito sobre uma experiência passada de poder ou impotência. Em seguida, o grupo foi apresentado a diferentes produtos e questionados sobre quanto estariam dispostos a pagar por cada um. Aqueles que tinham escrito sobre o sentimento de impotência se apresentaram para pagar expressivamente mais por artigos que apontavam para um status elevado.

Nas grandes cidades, embora as pessoas estejam cercadas por outras, a sensação de isolamento e falta de reconhecimento pode se tornar mais evidente quanto maior for a concentração de indivíduos em um determinado ambiente. E o isolamento, para um mamífero gregário, é a morte em vida!

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Conheça o Jojo

Filósofo nas horas vaga, tem uma curiosidade inata pelo comportamento humano, realizando paralelos muito instigantes entre o ser humano e a evolução das espécies, tema sempre muito presente em todas as suas palestras e cursos, e muito apreciada pelo seu público.

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