Persistir é uma arte. Mas uma arte que, para funcionar, precisa ser mais esperta que teimosa. Afinal, ninguém quer ser confundido com um burro empacado — a não ser que esse burro saiba aonde quer chegar, como chegar e, sobretudo, tenha um bom motivo para continuar andando. É aí que entra o charme da frase do Professor DeRose: persistência, quando bem calibrada, deixa de ser burrice repetitiva e se transforma numa teimosia estratégica.
A diferença está no refinamento. O teimoso comum, aquele que insiste por capricho ou birra, costuma tropeçar no mesmo erro com a confiança de um campeão olímpico. Já o persistente inteligente, quando erra, volta… mas volta melhor. Corrige, ajusta, aprende — e então recomeça. É um tipo raro de teimosia: não bate o pé, muda o passo. E, curiosamente, chega mais longe.
É divertido pensar que boa parte das grandes invenções surgiu de mentes teimosas. Thomas Edison, perguntado sobre os fracassos antes de inventar a lâmpada, disse: “Não falhei. Apenas descobri 10 mil maneiras que não funcionam.” Não era só insistente. Era lúcido na insistência.
No fundo, todo persistente inteligente tem um pouco de comediante; cai, tropeça, exagera, mas aprende com cada gargalhada do público. E segue em frente, mesmo com o ego amassado. Porque não se trata de vencer a qualquer custo, e sim de não abandonar o jogo antes de jogar direito. Persistência é quando entendemos que o tempo pode ser aliado — desde que não o tratemos como inimigo.
E quando tudo parece dizer “não”, o persistente não grita, não esperneia. Ele sorri, ajeita o casaco, e diz em silêncio: “Me aguarde.” Porque a teimosia burra esbraveja. A inteligente… trabalha. É essa que muda destinos, reinventa caminhos e, de vez em quando, transforma até o aparentemente impossível em conquistas.


